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Resumo:
Observamos advogados preocupados em falar diversas línguas estrangeiras, mas pouco cuidando de sua língua nativa. Nesse artigo podemos ver a importância da comunicação e que o grande vilão na busca de profissionais nessa área são erros de português.
Texto enviado ao JurisWay em 02/05/2018.
Última edição/atualização em 19/05/2018.
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Como perder seu emprego antes da contratação
Comunicação é o elemento principal na rotina de profissionais da área jurídica. Tanto a comunicação verbal quanto a escrita é de suma importância para a área e é através dela que as pessoas trocam conhecimentos, ideias e se compreendem.
Em média 70% das nossas horas acordadas passamos nos comunicando, seja através da escrita, fala, leitura ou apenas escutando.
Como profissional de recrutamento jurídico, percebo que o grande vilão na busca de profissionais nessa área (e que fazem candidatos perderem empregos antes mesmo de serem contratados) são erros de português.
Muitas vezes observamos advogados preocupados em falar diversas línguas estrangeiras, mas pouco cuidando de sua língua nativa. Ao demonstrarem seus conhecimentos em um processo seletivo, acabam revelando pouco domínio na língua, seja na hora do preenchimento de testes e fichas, quanto na hora de expressar seus conhecimentos em uma entrevista.
Apesar da internet ter possibilitado buscas mais fáceis a todo tipo de conhecimento, ainda podemos observar diversos erros, como por exemplo: gírias, não utilização de plurais, escritas abreviadas de forma incorreta, erros em acentuação, uso de palavras erradas, entre outros.
Em minhas entrevistas com profissionais da área jurídica, os erros mais comuns que observo são:
Menos ou Menas? O correto é menos, pois a palavra menas não existe, mesmo referindo-se a palavras femininas. Exemplo: “Quanto menos tarefas eu tiver para fazer, melhor”.
Mais ou Mas? A palavra “mais” possui como antônimo o “menos” e indica soma ou aumento. É um advérbio de intensidade. A palavra “mas” é conjunção adversativa e significa “porém”. Exemplo: “Gostaria de comprar um carro novo, mas não tenho o dinheiro necessário para isso” e “Podemos colocar mais açúcar nesse bolo”.
Para mim ou Para eu fazer? Para eu deve ser usado quando se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo. Exemplo: “Era para eu fazer o trabalho da faculdade hoje, mas não tive tempo de fazê-lo”.
Chapéus ou Chapéis? O plural da palavra “chapéu” é “chapéus”.
Cuidado também com expressões que envolvam duas línguas, como a infame “plus a mais”, onde existem duas palavras, em línguas diferentes, mas que dizem a mesma coisa.
O importante é que o profissional se dedique a desenvolver sua comunicação, pois negligenciá-la pode ser realmente perigoso, seja na hora de conseguir a almejada vaga ou de conseguir um novo cargo no escritório. Ninguém quer ter em sua organização um advogado que fala/escreve errado, independente de seu conhecimento técnico.
Para aqueles que “falham” no teste de português, sempre ofereço minhas dicas para melhorar sua comunicação:
Desenvolva o hábito da leitura;
Treine a escrita;
Evite vícios de linguagem;
Não utilize gírias;
Entenda que linguagem formal é diferente de linguagem de redes sociais e aplicativos de comunicação.
Existe uma expressão muito utilizada no meio jurídico que é “In dubio pro reo” que significa “Na dúvida, a favor do réu”. Brincando e puxando essa expressão para o assunto desse artigo eu diria: “Na dúvida, procure um dicionário”.
Daniele Di Marco Serafim
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Daniele Di Marco Serafim é psicóloga e analista de recrutamento da Inrise Recrutamento Jurídico, pós graduada em Psicologia Organizacional pela Universidade Paulista - UNIP.
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