Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88)
TÍTULO III - Da Organização do Estado
CAPÍTULO IV - Dos Municípios
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Explicação
Os vereadores, ao exercerem seu cargo, devem seguir regras de proibições e incompatibilidades parecidas com as aplicadas aos deputados federais, senadores e deputados estaduais. Essas regras servem para evitar conflitos de interesse e garantir que o vereador atue de forma ética e imparcial. Cada município deve incluir essas regras na sua lei orgânica, adaptando-as conforme necessário. Assim, a conduta dos vereadores fica alinhada com o que já é exigido de outros parlamentares.
🤖
A IA pode cometer erros.
🤔
Relaxa IA! Errar é humano!
Perguntas Frequentes
Tire suas dúvidas:
Explicação do Trecho
Explicação
Os vereadores, ao exercerem seu cargo, devem seguir regras de proibições e incompatibilidades parecidas com as aplicadas aos deputados federais, senadores e deputados estaduais. Essas regras servem para evitar conflitos de interesse e garantir que o vereador atue de forma ética e imparcial. Cada município deve incluir essas regras na sua lei orgânica, adaptando-as conforme necessário. Assim, a conduta dos vereadores fica alinhada com o que já é exigido de outros parlamentares.
Perguntas
O que significa "incompatibilidade" no exercício da vereança?
Escolha quem deve responder
Simples
Didática
Técnica
Juridiquês
"Incompatibilidade" quer dizer que o vereador não pode fazer certas coisas ao mesmo tempo em que exerce o cargo. Por exemplo, ele não pode ter outro emprego que possa atrapalhar ou influenciar suas decisões como vereador. Isso serve para evitar confusões e garantir que ele trabalhe direito para a população.
No contexto do exercício da vereança, "incompatibilidade" significa que existem certas situações ou atividades que não podem ser acumuladas com o cargo de vereador. Por exemplo, a lei impede que um vereador seja, ao mesmo tempo, dono de uma empresa que presta serviço para a prefeitura, pois isso poderia gerar conflito de interesses. Também não pode exercer cargos públicos que possam influenciar suas decisões como vereador. Essas regras existem para garantir que o vereador trabalhe com independência e ética, sem misturar interesses pessoais com o interesse público.
Incompatibilidade, no exercício da vereança, refere-se às hipóteses legais em que o exercício do mandato de vereador é vedado concomitantemente com determinadas funções, cargos, atividades ou situações, em razão de potencial conflito de interesses, comprometimento da independência funcional ou risco à moralidade administrativa. Tais incompatibilidades são previstas de forma similar àquelas impostas aos membros do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa, conforme disposto no art. 29, IX, da CF/88, e devem ser regulamentadas na Lei Orgânica Municipal.
A incompatibilidade, no âmbito do exercício da vereança, consubstancia-se na vedação legal de cumulação do mandato eletivo municipal com outras funções, cargos, empregos ou atividades, públicas ou privadas, que, por sua natureza, possam comprometer a lisura, a independência e a moralidade do exercício parlamentar, ex vi do princípio da separação de poderes e da salvaguarda do interesse público. Tal instituto, delineado no art. 29, IX, da Constituição da República, impõe ao edil restrições análogas àquelas impostas aos membros do Congresso Nacional, exarando-se, assim, a necessária simetria federativa e a observância dos cânones republicanos, devendo tais restrições ser positivadas na Lei Orgânica do Município, ad nutum das peculiaridades locais.
Para que servem as proibições e incompatibilidades para vereadores?
Escolha quem deve responder
Simples
Didática
Técnica
Juridiquês
As proibições e incompatibilidades existem para garantir que os vereadores trabalhem de forma honesta e justa. Elas impedem que o vereador use o cargo para se beneficiar ou para ajudar amigos e familiares de maneira errada. Assim, o vereador precisa agir pensando no bem da cidade, sem misturar interesses pessoais com o trabalho público.
Essas regras de proibição e incompatibilidade servem para evitar que o vereador use o cargo em benefício próprio ou de pessoas próximas, o que seria injusto e antiético. Por exemplo, um vereador não pode ser dono de uma empresa que faz contratos com a prefeitura, pois isso seria um conflito de interesse. O objetivo é garantir que o vereador atue pensando no interesse da população, sem misturar suas funções públicas com interesses particulares. Isso aumenta a confiança da sociedade na Câmara Municipal.
As proibições e incompatibilidades impostas aos vereadores visam prevenir conflitos de interesse e assegurar a probidade administrativa. Tais restrições, previstas no art. 29, IX, da CF/88, equiparam-se, no que couber, às aplicáveis aos membros do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas. O objetivo é garantir a independência, a moralidade e a imparcialidade no exercício do mandato, resguardando o interesse público e a regularidade dos atos legislativos municipais.
As vedações e incompatibilidades atinentes ao exercício da vereança, consoante preceitua o art. 29, IX, da Constituição da República, consubstanciam-se em mecanismos de tutela da moralidade administrativa e da impessoalidade, funcionando como barreiras ético-jurídicas à consubstanciação de situações de conflito de interesses, nepotismo ou favorecimento indevido. Tais restrições, mutatis mutandis, guardam similitude com aquelas impostas aos membros do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas, visando resguardar a dignidade da função pública e a supremacia do interesse coletivo sobre o particular, em estrita observância aos cânones constitucionais.
O que são "princípios estabelecidos nesta Constituição" mencionados no trecho?
Escolha quem deve responder
Simples
Didática
Técnica
Juridiquês
Os "princípios estabelecidos nesta Constituição" são ideias básicas e importantes que estão escritas na Constituição do Brasil. Eles servem como regras gerais para garantir justiça, igualdade, respeito às leis e proteção dos direitos das pessoas. Ou seja, tudo o que os municípios fizerem deve seguir esses valores principais que a Constituição manda.
Quando a Constituição fala em "princípios estabelecidos nesta Constituição", ela está se referindo a valores fundamentais que orientam todas as leis e decisões do país. Exemplos desses princípios são: igualdade (todos são iguais perante a lei), legalidade (ninguém pode fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei), moralidade (os atos do poder público devem ser honestos), publicidade (os atos devem ser transparentes), e eficiência (os serviços públicos devem funcionar bem). Assim, ao criar suas próprias regras, os municípios devem respeitar e seguir esses princípios, para garantir que tudo seja feito de acordo com o que a Constituição determina.
Os "princípios estabelecidos nesta Constituição" referem-se aos postulados fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, especialmente aqueles elencados no art. 37 (princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) e demais dispositivos constitucionais que norteiam a atuação dos entes federativos. A lei orgânica municipal deve ser elaborada em consonância com esses princípios, sob pena de inconstitucionalidade.
Os "princípios estabelecidos nesta Constituição", hodiernamente invocados pelo constituinte originário, consubstanciam-se nos axiomas basilares que permeiam todo o ordenamento jurídico pátrio, notadamente os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, insculpidos no art. 37 da Carta Magna, bem como outros princípios de envergadura constitucional, tais como a dignidade da pessoa humana, o devido processo legal e a isonomia. Tais princípios ostentam natureza vinculante e irradiam seus efeitos sobre todos os entes federados, impondo-se como vetores hermenêuticos e limites à autonomia normativa municipal, sob pena de macular-se a higidez constitucional da lei orgânica respectiva.
O que é a "lei orgânica" do município?
Escolha quem deve responder
Simples
Didática
Técnica
Juridiquês
A "lei orgânica" do município é como se fosse a principal regra ou conjunto de normas que organiza e orienta o funcionamento da cidade. Ela diz como a prefeitura e a câmara de vereadores devem agir, quem faz o quê e quais são os direitos e deveres das pessoas que trabalham para o município. É como se fosse uma "Constituição" da cidade.
A lei orgânica do município pode ser comparada à Constituição do Brasil, só que em nível municipal. Ela é o documento mais importante para a organização da cidade, estabelecendo as regras para o funcionamento da prefeitura, da câmara de vereadores e dos serviços públicos. Por exemplo, ela define como são feitas as eleições, quais são as funções do prefeito e dos vereadores, como o dinheiro público pode ser usado e como os cidadãos podem participar das decisões. Para ser criada ou alterada, precisa de um processo especial, com votação dos vereadores em dois momentos diferentes e aprovação da maioria qualificada deles.
A lei orgânica municipal é o diploma normativo fundamental do município, equiparado à constituição local. Prevista no art. 29 da Constituição Federal de 1988, sua elaboração, aprovação e promulgação competem exclusivamente à Câmara Municipal, mediante votação em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, e aprovação por dois terços dos vereadores. A lei orgânica deve observar os princípios constitucionais federais e estaduais, disciplinando a organização político-administrativa, competências, funcionamento dos órgãos municipais e direitos dos munícipes.
A Lei Orgânica do Município consubstancia-se no estatuto normativo maior da edilidade, revestindo-se de natureza análoga à constitutio municipalis, nos termos do art. 29 da Carta Magna de 1988. Sua confecção demanda procedimento legislativo especial, com deliberação em dois turnos, respeitado o interstício decendial, e aprovação por quorum qualificado de dois terços do sodalício legislativo municipal, sendo-lhe vedada a afronta aos princípios e preceitos insculpidos na Constituição Federal e na Constituição Estadual. Constitui, pois, a lex fundamentalis do ente municipal, disciplinando a estrutura orgânica, competências, prerrogativas e limitações dos poderes locais, bem como os direitos e garantias dos administrados.
Por que as regras para vereadores precisam ser similares às dos membros do Congresso Nacional?
Escolha quem deve responder
Simples
Didática
Técnica
Juridiquês
As regras para vereadores serem parecidas com as dos deputados e senadores servem para garantir que todos ajam de forma correta e honesta. Isso evita que eles usem o cargo para benefício próprio ou para ajudar amigos. Assim, todos seguem padrões parecidos, independentemente do tamanho da cidade ou do cargo político.
O motivo de as regras para vereadores serem similares às dos membros do Congresso Nacional é garantir que todos os representantes do povo, seja em nível municipal, estadual ou federal, sigam padrões éticos parecidos. Por exemplo, se um deputado federal não pode ter certos tipos de negócios para evitar conflitos de interesse, o vereador também não deve ter. Isso impede que o cargo seja usado para vantagens pessoais e ajuda a manter a confiança da população nos políticos. Dessa forma, cria-se uma base comum de ética e responsabilidade para todos que exercem funções legislativas.
A similitude das regras de proibições e incompatibilidades aplicáveis aos vereadores com aquelas impostas aos membros do Congresso Nacional visa uniformizar os padrões ético-jurídicos do exercício do mandato legislativo em todas as esferas federativas. Tal medida busca prevenir conflitos de interesse, assegurar a moralidade administrativa e garantir a isonomia de tratamento entre os agentes políticos, conforme os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.
A ratio essendi da equiparação das proibições e incompatibilidades impostas aos vereadores àquelas delineadas para os membros do Congresso Nacional reside na necessidade de resguardar a higidez ética e a probidade no exercício da vereança, em consonância com os cânones constitucionais da moralidade e da impessoalidade. Tal similitude normativa visa obstar a ocorrência de situações de conflito de interesses e assegurar que a atuação dos edis se paute pelos mesmos balizamentos axiológicos que informam a atuação dos parlamentares federais, promovendo, destarte, a harmonia e a coerência do sistema federativo pátrio.