Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88)
TÍTULO IX - Das Disposições Constitucionais Gerais
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos.
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.
Explicação
O ensino de História do Brasil deve mostrar como diferentes culturas e grupos étnicos ajudaram a formar o povo brasileiro. Isso significa valorizar a participação de indígenas, africanos, europeus e outros povos na construção da nossa sociedade.
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O ensino de História do Brasil deve mostrar como diferentes culturas e grupos étnicos ajudaram a formar o povo brasileiro. Isso significa valorizar a participação de indígenas, africanos, europeus e outros povos na construção da nossa sociedade.
Perguntas
O que são "culturas e etnias" no contexto da História do Brasil?
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"Culturas e etnias" são os diferentes costumes, tradições, modos de vida e grupos de pessoas que vieram de lugares diferentes e ajudaram a formar o povo brasileiro. Por exemplo: indígenas, africanos, europeus, asiáticos e outros. Cada grupo trouxe suas comidas, músicas, crenças e jeitos de viver, e tudo isso misturado faz parte da nossa história.
No contexto da História do Brasil, "culturas e etnias" se referem aos diferentes grupos de pessoas, com origens e tradições variadas, que participaram da formação do nosso país. Isso inclui, por exemplo, os povos indígenas que já viviam aqui, os africanos que vieram principalmente como escravizados, os europeus que colonizaram e imigraram, além de asiáticos e outros grupos. Cada um desses grupos trouxe costumes, línguas, religiões, comidas e músicas diferentes, e tudo isso se misturou para formar a cultura brasileira. Portanto, ao ensinar História do Brasil, é importante mostrar como cada cultura e etnia contribuiu para o que somos hoje.
No contexto da legislação educacional brasileira, "culturas e etnias" referem-se aos distintos grupos socioculturais e étnicos que compõem a população brasileira, notadamente indígenas, africanos, europeus, asiáticos e outros imigrantes. A menção à consideração das contribuições dessas culturas e etnias no ensino da História do Brasil visa assegurar uma abordagem plural e inclusiva, reconhecendo a diversidade formadora da sociedade nacional, em conformidade com os princípios constitucionais da igualdade e valorização da diversidade cultural.
No âmbito da hermenêutica constitucional, a expressão "culturas e etnias", inserta no § 1º do art. 242 da Carta Magna, alude à pluralidade de matrizes civilizatórias e à heterogeneidade étnico-racial que compõem o tecido social brasileiro, compreendendo, inter alia, os povos originários, os descendentes de africanos, os colonizadores europeus, bem como os contingentes asiáticos e demais fluxos migratórios. Tal comando normativo impõe ao ensino da História pátria a observância do princípio da valorização da diversidade, ex vi do art. 206, inc. III, promovendo, destarte, uma narrativa historiográfica inclusiva e multifacetada, em consonância com os ditames do Estado Democrático de Direito e o reconhecimento da alteridade constitutiva da identidade nacional.
Por que é importante considerar as contribuições de diferentes grupos na formação do povo brasileiro?
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Juridiquês
É importante porque o povo brasileiro não veio de um só lugar. Várias pessoas de diferentes partes do mundo, como indígenas, africanos e europeus, ajudaram a construir o Brasil do jeito que ele é hoje. Se a gente só contar a história de um grupo, deixa de fora muita coisa importante. Assim, todo mundo se sente parte da história do país.
Considerar as contribuições de diferentes grupos na formação do povo brasileiro é fundamental porque nossa sociedade é resultado de uma mistura de culturas, tradições e experiências. Por exemplo, os indígenas já viviam aqui antes da chegada dos europeus e deram nomes a lugares, alimentos e costumes. Os africanos trouxeram sua cultura, religião e culinária, mesmo em condições muito difíceis. Os europeus também trouxeram suas tradições e influenciaram a língua e as leis. Se ensinarmos a história mostrando apenas um lado, deixamos de valorizar a riqueza e a diversidade do Brasil. Isso ajuda todos a se sentirem reconhecidos e respeitados.
A consideração das contribuições de diferentes culturas e etnias na formação do povo brasileiro é imperativa para garantir a efetividade do princípio da pluralidade cultural, conforme previsto no artigo 206, inciso III, da CF/88, e reiterado no § 1º do art. 242. Essa abordagem assegura a valorização da diversidade étnica e cultural, promovendo a inclusão e o respeito à identidade de todos os grupos que compõem a sociedade brasileira, em consonância com os direitos fundamentais e os objetivos da República, notadamente a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Urge salientar que a exegese do § 1º do art. 242 da Constituição Federal de 1988 impõe ao ensino da História pátria o dever de contemplar, de modo equânime, as múltiplas vertentes culturais e étnicas que, in statu nascendi, concorreram para a formação do povo brasileiro. Tal desiderato coaduna-se com o escopo maior da Carta Magna, que, em seu artigo 3º, inciso IV, consagra a promoção do bem de todos, vedando quaisquer formas de discriminação. Destarte, a hermenêutica constitucional impõe que o magistério histórico transcenda a narrativa monocultural, propiciando a compreensão da polis brasileira como resultado de um verdadeiro caldeamento de etnias, em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana e da valorização da diversidade cultural, elementos basilares do Estado Democrático de Direito.