Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88)
TÍTULO VII - Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 177. Constituem monopólio da União:
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
Explicação
Esse trecho diz que só o governo federal pode explorar atividades ligadas a minérios e minerais nucleares, como pesquisar, extrair, enriquecer, processar, industrializar e vender esses materiais. A única exceção são os radioisótopos, que podem ser produzidos e comercializados por outras entidades, desde que tenham permissão do governo. Isso serve para garantir o controle estatal sobre materiais que podem ser usados para fins nucleares.
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Explicação do Trecho
Explicação
Esse trecho diz que só o governo federal pode explorar atividades ligadas a minérios e minerais nucleares, como pesquisar, extrair, enriquecer, processar, industrializar e vender esses materiais. A única exceção são os radioisótopos, que podem ser produzidos e comercializados por outras entidades, desde que tenham permissão do governo. Isso serve para garantir o controle estatal sobre materiais que podem ser usados para fins nucleares.
Perguntas
O que são minérios e minerais nucleares?
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Minérios e minerais nucleares são tipos de pedras ou materiais encontrados na natureza que têm elementos usados para produzir energia nuclear, como o urânio e o tório. Eles são especiais porque podem ser usados para gerar eletricidade em usinas nucleares ou, em alguns casos, até para fazer armas. Por isso, o governo controla tudo o que envolve esses materiais.
Minérios e minerais nucleares são substâncias extraídas da terra que contêm elementos capazes de liberar muita energia quando passam por certos processos. Os mais conhecidos são o urânio e o tório. Eles são chamados de "nucleares" porque servem como matéria-prima para a produção de energia nuclear, aquela usada em usinas para gerar eletricidade. Por serem muito importantes e também perigosos, a Constituição determina que só o governo federal pode cuidar de tudo relacionado a eles, desde a pesquisa até a venda.
Minérios e minerais nucleares são substâncias minerais que contêm elementos químicos com propriedades nucleares, notadamente urânio e tório, conforme definido na legislação infraconstitucional (Lei nº 4.118/62, art. 1º, §1º). Tais materiais são utilizados como matéria-prima para processos de fissão nuclear, sendo, por isso, objeto de monopólio da União, nos termos do art. 177, V, da Constituição Federal de 1988.
Os minérios e minerais nucleares, nos estritos termos da legislação pátria, constituem-se em substâncias minerais que encerram, em sua composição, elementos passíveis de serem utilizados como fonte de energia nuclear, a saber, urânio, tório e demais congêneres, nos moldes do que preconiza o art. 1º, §1º, da Lei nº 4.118/1962. Tais bens minerais, em razão de sua natureza estratégica e potencialidade para fins bélicos e energéticos, encontram-se sob o manto do monopólio da União, ex vi do art. 177, inciso V, da Constituição da República, restando vedada sua exploração por particulares, salvo as exceções expressamente delineadas no texto constitucional.
O que são radioisótopos e para que eles são usados?
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Radioisótopos são tipos especiais de átomos que soltam energia, chamada de radiação. Eles são usados em hospitais para exames e tratamentos, como em exames de imagem (por exemplo, tomografia) e no tratamento de alguns tipos de câncer. Também servem para estudar plantas, alimentos e até em pesquisas científicas.
Radioisótopos são átomos que têm muita energia e, por isso, liberam radiação. Isso acontece porque eles têm um núcleo instável, que se transforma para ficar mais estável, soltando partículas e energia nesse processo. Eles são muito usados na medicina, por exemplo, em exames de diagnóstico por imagem (como cintilografia) e no tratamento de câncer (radioterapia). Além disso, podem ser usados para esterilizar alimentos, estudar solos na agricultura e até em pesquisas industriais, como checar a espessura de materiais.
Radioisótopos são isótopos de elementos químicos que apresentam instabilidade nuclear, emitindo radiações ionizantes ao se desintegrarem espontaneamente. Eles têm ampla aplicação nas áreas médica (diagnóstico e terapia), industrial (controle de qualidade, medição de espessura), agrícola (rastreamento de nutrientes) e em pesquisas científicas. No contexto legal, sua produção, comercialização e utilização podem ser autorizadas sob regime de permissão, conforme previsto na CF/88.
Radioisótopos, hodiernamente compreendidos como isótopos radioativos de elementos químicos, caracterizam-se pela instabilidade de seus núcleos atômicos, ensejando a emissão espontânea de radiações ionizantes, fenômeno este denominado decaimento radioativo. Suas aplicações são multifacetadas, abrangendo desde a seara médica, notadamente nos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, até o âmbito industrial e agrícola, sempre sob o crivo da legislação pátria, que, em consonância com o disposto no art. 177, V, da Constituição Federal, excepciona-os do monopólio estatal, permitindo sua produção, comercialização e utilização mediante regime autorizativo específico, ex vi das alíneas b e c do inciso XXIII do art. 21 do mesmo diploma.
O que significa "regime de permissão" nesse contexto?
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"Regime de permissão" quer dizer que, para produzir, vender ou usar certos materiais radioativos (os radioisótopos), empresas ou pessoas precisam pedir autorização ao governo. Só podem fazer isso se o governo deixar, seguindo regras específicas. Não é qualquer um que pode; precisa de uma permissão especial.
No contexto da lei, "regime de permissão" significa que, embora normalmente só o governo possa explorar atividades ligadas a minerais nucleares, existe uma exceção para os radioisótopos. Outras empresas ou instituições podem produzir, vender ou usar esses materiais, mas só se receberem uma autorização do governo, chamada de "permissão". É como quando alguém precisa de uma licença para dirigir: só pode dirigir quem tem a carteira de motorista. Aqui, só pode lidar com radioisótopos quem recebe essa permissão do governo, que verifica se a pessoa ou empresa está apta a seguir as normas de segurança.
O "regime de permissão" no contexto do art. 177, V, da CF/88, refere-se ao instituto jurídico pelo qual a União, titular do monopólio das atividades nucleares, pode autorizar terceiros a produzir, comercializar e utilizar radioisótopos, mediante ato administrativo discricionário e precário, observados os requisitos legais e regulamentares pertinentes. Trata-se de exceção ao monopólio estatal, condicionada à autorização expressa do Poder Público.
O vocábulo "regime de permissão", ínsito no dispositivo constitucional em comento, consubstancia-se em modalidade de outorga administrativa, de natureza precária e discricionária, pela qual a União, detentora do monopólio das atividades nucleares ex vi do art. 177 da Carta Magna, faculta a entes privados ou públicos, mediante autorização específica, a produção, comercialização e utilização de radioisótopos, nos estritos termos das alíneas b e c do inciso XXIII do art. 21 da Constituição Federal, observando-se, destarte, o interesse público e a supremacia do Estado sobre tais atividades sensíveis.
Por que o governo controla essas atividades e não permite que empresas privadas atuem livremente nelas?
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O governo controla essas atividades porque elas envolvem materiais muito perigosos, que podem ser usados para fazer armas ou causar acidentes graves. Se qualquer empresa pudesse mexer com esses minérios nucleares, seria arriscado para a segurança do país e das pessoas. Por isso, só o governo pode cuidar disso, para garantir que tudo seja feito com cuidado e segurança.
O motivo pelo qual o governo controla essas atividades é porque os minérios e minerais nucleares são muito sensíveis e podem ser usados tanto para produzir energia quanto para fabricar armas nucleares. Se empresas privadas pudessem atuar livremente, haveria risco de acidentes, mau uso ou até mesmo de que esses materiais caíssem em mãos erradas. Por isso, a Constituição determina que só o governo federal pode explorar essas atividades, garantindo a segurança nacional e o interesse público. É como se fosse um "cofre" que só o governo tem a chave, para proteger todos nós.
O controle estatal sobre as atividades relacionadas a minérios e minerais nucleares decorre do interesse público e da necessidade de proteção à segurança nacional, conforme previsto no art. 177, V, da Constituição Federal de 1988. O monopólio da União visa evitar riscos de proliferação nuclear, garantir o uso pacífico dos materiais nucleares e assegurar que tais atividades sejam exercidas sob rigorosos padrões de segurança e fiscalização, vedando a atuação irrestrita da iniciativa privada, salvo exceções expressamente previstas, como no caso dos radioisótopos sob regime de permissão.
A ratio essendi do monopólio estatal consagrado no art. 177, inciso V, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, reside na imperiosa necessidade de resguardar o interesse público e a segurança nacional ante a potencialidade bélica e estratégica dos minérios e minerais nucleares. Tais atividades, por sua natureza sensível e risco de proliferação de armamentos nucleares, reclamam o exercício exclusivo pela União, ex vi legis, sendo defeso à iniciativa privada o livre acesso, salvo nos estritos limites das exceções normativas, notadamente quanto aos radioisótopos, cuja regulação se submete ao crivo autorizativo estatal, ad referendum do interesse coletivo e da soberania nacional.