Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88)
TÍTULO VI - Da Tributação e do Orçamento
CAPÍTULO II - DAS FINANÇAS PÚBLICAS
SEÇÃO II - DOS ORÇAMENTOS
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
IX - criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Explicação
Quando as despesas do governo estão muito próximas das receitas, fica proibido criar ou aumentar programas de empréstimos e financiamentos, assim como perdoar, renegociar ou refinanciar dívidas que aumentem gastos com ajudas financeiras e subsídios. Isso serve para evitar que o governo assuma mais despesas quando já está gastando quase tudo o que arrecada.
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Explicação
Quando as despesas do governo estão muito próximas das receitas, fica proibido criar ou aumentar programas de empréstimos e financiamentos, assim como perdoar, renegociar ou refinanciar dívidas que aumentem gastos com ajudas financeiras e subsídios. Isso serve para evitar que o governo assuma mais despesas quando já está gastando quase tudo o que arrecada.
Perguntas
O que são subsídios e subvenções no contexto das finanças públicas?
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Subsídios e subvenções são tipos de ajuda que o governo dá para pessoas, empresas ou setores da economia. Subsídio é quando o governo paga parte do custo de algo, como energia ou comida, para ficar mais barato para a população. Subvenção é quando o governo dá dinheiro direto para ajudar alguém ou alguma atividade, como uma empresa que passa por dificuldades ou um projeto importante para a sociedade.
Subsídios e subvenções são formas de apoio financeiro que o governo oferece. O subsídio geralmente significa que o governo paga uma parte do preço de um produto ou serviço, para que ele fique mais acessível para as pessoas ou para incentivar algum setor, como agricultura ou transporte. Por exemplo, se o governo paga parte do preço do combustível, isso é um subsídio. Já a subvenção é uma ajuda financeira direta, como um valor em dinheiro dado para uma empresa, organização ou projeto, para que ela possa funcionar melhor ou superar dificuldades. Essas medidas são usadas para estimular a economia ou ajudar setores estratégicos.
No contexto das finanças públicas, subsídios referem-se a benefícios financeiros concedidos pelo Estado para reduzir custos de produção, comercialização ou consumo de bens e serviços, visando incentivar determinados setores econômicos. Subvenções são transferências de recursos públicos a entidades, empresas ou pessoas físicas, sem contraprestação direta, com o objetivo de apoiar atividades de interesse público ou suprir insuficiências financeiras. Ambos representam despesas correntes no orçamento público e estão sujeitos a controle e limitações legais.
No âmbito das finanças públicas, consoante a hermenêutica constitucional e a exegese da legislação orçamentária pátria, subsídios consubstanciam-se em prestações pecuniárias advenientes do Erário, destinadas a mitigar ônus financeiros incidentes sobre determinados agentes econômicos, propiciando-lhes vantagem competitiva ou aliviando custos de produção e comercialização, ex vi do interesse público. As subvenções, por sua vez, configuram transferências unilaterais de numerário, desprovidas de exigência de contraprestação correlata, com vistas a fomentar atividades de relevância social, econômica ou cultural, consoante os ditames do art. 26 da Lei nº 4.320/64. Ambos os institutos constituem espécies de dispêndios públicos, sujeitos à rigidez dos princípios da legalidade, da transparência e do equilíbrio fiscal.
Por que a remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas pode aumentar as despesas do governo?
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Quando o governo perdoa, renegocia ou facilita o pagamento de dívidas, ele pode acabar gastando mais dinheiro. Isso acontece porque, ao fazer isso, o governo pode precisar ajudar financeiramente quem está devendo, ou deixar de receber dinheiro que estava esperando. Assim, sobra menos dinheiro para outras coisas importantes.
Quando o governo faz a remissão (perdoa), renegocia ou refinancia dívidas, ele pode aumentar suas despesas porque, muitas vezes, precisa oferecer algum tipo de benefício para quem está devendo, como descontos, prazos maiores ou juros menores. Isso pode significar menos dinheiro entrando nos cofres públicos ou até a necessidade de o governo gastar mais para ajudar essas pessoas ou empresas. Por exemplo, se o governo perdoa parte de uma dívida, ele deixa de receber esse valor; se oferece condições melhores, pode ter que compensar financeiramente essa diferença. Tudo isso pode aumentar os gastos do governo com subsídios e ajudas financeiras.
A remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas pode acarretar aumento das despesas governamentais, pois tais medidas frequentemente envolvem a concessão de subsídios, subvenções ou benefícios fiscais, reduzindo a arrecadação prevista ou exigindo aportes financeiros para compensação de perdas. Tais operações impactam diretamente o orçamento público, ampliando a necessidade de recursos para cobrir eventuais déficits decorrentes da flexibilização das condições originais das obrigações.
A remissão, a renegociação ou o refinanciamento de dívidas, ex vi legis, ensejam incremento das despesas públicas na medida em que, ao propiciar a ampliação dos subsídios e subvenções, o Estado abdica de receitas certas ou assume obrigações pecuniárias adicionais, em afronta ao princípio do equilíbrio fiscal. Tais institutos, ao mitigarem o quantum devido pelos devedores, importam, ipso facto, em renúncia de receita ou em assunção de encargos financeiros suplementares, circunstância que vulnera a higidez das finanças públicas, notadamente em contexto de restrição orçamentária delineado pelo caput do art. 167-A da Carta Magna.
O que significa "linhas de financiamento" e como elas funcionam para o setor público?
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"Linhas de financiamento" são tipos de empréstimos ou créditos oferecidos pelo governo para ajudar empresas, pessoas ou setores a conseguirem dinheiro para investir ou pagar dívidas. No setor público, isso significa que o governo cria programas para emprestar dinheiro, geralmente com condições melhores do que bancos normais, para estimular a economia ou resolver algum problema. Quando as contas do governo estão apertadas, a lei proíbe criar ou aumentar esses programas para não gastar mais do que pode.
"Linhas de financiamento" são mecanismos pelos quais o governo oferece crédito, ou seja, dinheiro emprestado, para pessoas, empresas ou até mesmo outros órgãos públicos. Imagine que o governo cria um programa para facilitar que agricultores peguem dinheiro emprestado para comprar máquinas. Esse programa é uma linha de financiamento. O objetivo é ajudar setores que precisam de apoio, oferecendo empréstimos com juros baixos ou prazos maiores. No setor público, quando as despesas estão quase iguais às receitas, a lei impede a criação ou ampliação dessas linhas para evitar que o governo assuma mais compromissos financeiros e comprometa ainda mais o orçamento.
Linhas de financiamento referem-se a instrumentos creditícios disponibilizados pelo Estado, por meio de programas específicos, que visam conceder recursos financeiros a determinados segmentos econômicos ou sociais, geralmente com condições diferenciadas. No âmbito do setor público, tais linhas podem ser operacionalizadas por bancos públicos ou agências de fomento, e destinam-se a estimular investimentos, promover desenvolvimento regional ou atender políticas públicas. Quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes ultrapassa 95%, a criação ou expansão dessas linhas é vedada, conforme o art. 167-A da CF/88, para evitar a elevação de despesas com subsídios e subvenções.
As denominadas "linhas de financiamento" consubstanciam-se em modalidades de crédito, instituídas pelo Poder Público, com vistas à concessão de recursos financeiros a entes privados ou públicos, sob condições específicas e, por vezes, favorecidas, a fim de fomentar setores estratégicos, promover o desenvolvimento econômico-social ou viabilizar políticas públicas de interesse coletivo. No escopo do art. 167-A da Constituição Federal, a criação ou expansão de tais linhas, bem como a remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas correlatas, resta vedada quando a ratio entre despesas e receitas correntes superar o patamar de 95%, ex vi legis, a fim de obstar o incremento de dispêndios com subsídios e subvenções, resguardando-se, destarte, o equilíbrio fiscal e a responsabilidade na gestão das finanças públicas.
Para que servem os programas de financiamento criados pelo governo?
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Os programas de financiamento do governo servem para ajudar pessoas, empresas ou setores a conseguirem dinheiro emprestado com condições melhores do que as que encontrariam normalmente. O objetivo é facilitar o acesso ao crédito, apoiar quem precisa e estimular a economia. Por exemplo, o governo pode criar um programa para ajudar agricultores a comprarem máquinas, oferecendo empréstimos com juros mais baixos.
Os programas de financiamento criados pelo governo têm como função principal facilitar o acesso ao crédito para pessoas, empresas ou setores específicos da sociedade. Isso significa que o governo oferece empréstimos ou condições especiais para quem precisa de dinheiro para investir, crescer ou superar dificuldades. Por exemplo, pode haver um programa de financiamento para estudantes pagarem a faculdade, ou para pequenas empresas comprarem equipamentos. Assim, o governo incentiva o desenvolvimento econômico e social, ajudando quem teria dificuldade em conseguir crédito em bancos comuns.
Os programas de financiamento instituídos pelo governo visam proporcionar acesso a crédito em condições diferenciadas, geralmente com taxas de juros reduzidas, prazos ampliados ou garantias facilitadas, a determinados segmentos da sociedade ou setores econômicos. Tais programas podem ter como finalidade fomentar atividades produtivas, promover políticas públicas específicas ou mitigar situações de crise econômica. A criação ou expansão desses programas, contudo, implica em aumento de despesas públicas, especialmente quando envolvem subsídios ou subvenções, razão pela qual sua implementação está sujeita a limitações fiscais, conforme previsto no art. 167-A da CF/88.
Os programas e linhas de financiamento engendrados pelo Poder Público consubstanciam-se em instrumentos de política econômica e social, destinados à concessão de crédito em condições favorecidas, com vistas à promoção do desenvolvimento de determinados setores, ao incremento da atividade produtiva ou à consecução de objetivos estratégicos do Estado. Tais iniciativas, por envolverem, não raro, a concessão de subsídios e subvenções, ensejam repercussões orçamentárias relevantes, sujeitando-se, por conseguinte, aos ditames do equilíbrio fiscal e às balizas estabelecidas pelo art. 167-A da Constituição da República, que veda sua criação ou expansão em hipóteses de comprometimento exacerbado das receitas correntes pelo dispêndio público.